Na sua estante: Nas mandíbulas do tubarão de Peter Benchley

14 dezembro 2015 Falando de Livros
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“… A princípio a mulher achou que tinha machucado a perna numa pedra ou em um pedaço de madeira. Não sentia dor, apenas um puxão violento na perna direita. Tentou alcançar seu pé direito, boiando com a perna esquerda para manter a cabeça acima d´água. Ela não conseguiu encontrar seu pé. Buscou sua perna mais acima, então foi tomada por náuseas e tontura. Seus dedos tatearam uma ponta de osso e carne dilacerada. Ela sabia que o fluxo quente e pulsante que passava pelos seus dedos na água fria era o próprio sangue…”
Peter Benchley realizou o sonho da maioria das pessoas, pelo menos o meu. Em 1974, deu vida ao seu maior pesadelo de infância, e de quebra redigiu um dos maiores best-sellers de todos os tempos e ganhou muito dinheiro com isso. Mais tarde, com a adaptação de Spielberg para o cinema, acabou ganhando mais dinheiro ainda, e criou uma má fama para esse simpático bichinho – que nem é tão mau assim -, e inaugurou uma nova categoria de filme: “animais assassinos”. Essa categoria tem nos presenteado com pérolas como: Aracnofobia, Serpentes a bordo, Anaconda, Sharknado, Tubarões da areia, Lavalantula e inúmeras outras películas onde a natureza se volta contra os seres humanos. Como se a natureza tivesse a característica humana da vingança, algo que eu não acredito. E de quebra, ainda preencheu a grade de filmes do canal SyFy.

Está rolando no canal Space um especial de  “Tubarões e outros animais assassinos”, algo muito bizarro, diga-se de passagem. Mas, pode ser até engraçaralho.

A história se passa em Amity, uma simpática cidadezinha caiçara do litoral norte-americano. As pessoas daquele local vivem do dinheiro que arrecadam com o turismo durante o verão, e o que dever ser bastante para aguentar o rígido frio do inverno. Tudo estava tranquilo pelas calmas águas de Amity até que um tubarão branco assassino – e esse era assassino mesmo, violento – fez daquelas pacatas águas o seu ninho de morte, o seu açougue particular… MEU DEUS!!!…

Apesar do título ser “Tubarão” a personagem principal é a cidade. As mandíbulas do tubarão são apenas um pretexto para  movimentar a cadeia política local. Isso mesmo. Várias personalidades locais começam a mover seus pauzinhos a fim de atender os seus interesses: o delegado tentando fechar as praias e os comerciantes tentando mantê-las abertas para arrecadar dinheiro. Tanto é que o tubarão fica um tempão sem aparecer, é até meio chato, demorado. Várias páginas do livro são utilizadas para dar foco ao drama pessoal do delegado Martin Brody, enquanto o tubarão fica de boa por ai…

donna rita - na sua estante - nas mandíbulas do tubarão

 Mas, para compensar, as últimas sessenta páginas dedicam-se, quase que exclusivamente, a peleja entre o tubarão e seus perseguidores. O ultimato. Brody, Matt Hopper e Quint, mergulham em uma épica caçada, uma vingança insana quase que nos moldes do clássico Moby Dicky. 

A peleja no livro é boa, mas Spielberg levou a um outro nível quando decidiu produzir o filme. No block buster é tudo muito mais sofrido, não há tempo para respirar, nem muito mesmo espaço para descanso, e a forma como o tubarão morre é muito mais épica, mas cheia de ação. Já no livro o tubarão morre de uma maneira muito mais crível, menos heroica, muito menos cinematográfica. Não é ruim, mas também não tão bom. Spielberg acertou a mão na hora de transpor o final do livro para o filme

Leia o livro e assista ao filme, fica a dica…

E a Dark Side está novamente de parabéns com sua edição comemorativa. Essa editora está cada vez mais ganhando o meu respeito, parabéns. Uma edição barata e de alta qualidade. O único ponto negativo, ma minha humilde opinião de merda,  seria a guarda capa. O negócio é meio enrolado, mas nada que um clips não resolva.

Concluindo… 

Tubarão é um livrão para você ter aí na suas estante. Algumas pessoas ficaram um pouco desanimadas pelo espaço ocupado pelo tubarão nas páginas, é fato que ele não aparece tanto. Mas como eu disse, ele é apenas uma desculpa para dar um chacoalhão na pacata cidade e tocar a trama para frente.

É só ter um pouco de paciência quando o livro se prender um pouco mais nas tramas da cidade que você será recompensado no final. O livro é bom demais, dá uma chance para ele.

donna rita - na sua estante - nas mandíbulas do tubarão


Bom, esse foi o na sua estante dessa semana…

Esse post não foi patrocinado, mas caso você queira adquirir o livro compre pelo link do Donna Rita e garanta algumas horas de entretenimento…

Um abraço, um bjo e um queijo…

4 Comentários

  • Essa é uma edição da DarkSide que eu preciso na minha coleção, além de ser linda e de um clássico que eu quero conhecer mais.
    Adorei o post!
    Leitora nova aqui, estou amando o blog.
    Beijos.
    Tenho um blog no qual falo sobre filmes, series e cultura no geral. Se puder dar uma conferida ficarei muito grata: http://cineleva.blogspot.com/ 🙂

  • Eu gosto bastante do filme Tubarão. E eu tinha visto o livro na bléquifraidei, porém acabei comprando outro, hehehehehe. Não imaginava que a história era baseada num livro, pensei que o livro tinha saído depois, hahahahahaha. Um dia desses eu leio essa história do "tubalhão a sacino"!
    Um abraço fresco em vocês (porque abraço quentinho só no inverno!)

  • A historinha do "tubarão a sacino" é bem legal…rrsr
    Tem horas em que você consegue enxergar o quão fdp o bicho é. Você vai que ele quer matar todo mundo mesmo, pura maldade.. rsrs

  • A edição da DarkSide é muito linda mesmo, a editora tá de parabéns. "Tubarão" é um clássico que vale a pena ter na estante…

    bjss


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