Livro: A Fundação

7 julho 2020 Falando de Livros

A Fundação: “A humanidade finalmente evoluiu, conquistou as estrelas e rompeu a última barreira. A civilização humana foi capaz de criar um Império que perdurou por milhares de anos reinando sobre a galáxia. Mas há um problema. Um homem previu  o fim do Império. E o pior, o fim da era imperial será seguido por mais de trinta mil anos de barbarie. Esse homem é Hari Seldon, o idealizador da “Fundação”.

Esse é o plot do enredo daquela que é considerada a maior obra de ficção científica de todos os tempos. Vencedora do prêmio Hugo em 1966.

A Fundação é um compilado de quatro histórias que Asimov escreveu entre 1942 e 1950. Na estrutura do livro,  na maneira como ele é redigido, isso é muito perceptível. A obra é composta de cinco histórias e cada uma fixa um marco no universo de Asimov. Você pode até pensar que esse enredo é muito próximo do que foi o Império Romano, e de fato é. Um império centralizador, o apogeu de civilização, que entrou em decadência e foi fragmentado em diversos reinos bárbaros. Isso porque Asimov escreveu sua ficção muito inspirado no que foi “O declínio e queda do império romano”.

Trantor, a capital do Império, governava as demais regiões com mão de ferro. A galáxia parecia um lugar próspero. Mas aí entra em cena a psico história. Essa é uma das ciências criadas por Hari Sheldon, e um dos pontos altos do livro. A psico história é uma ciência que “prevê” os rumos da humanidade com base no comportamento social e cálculos matemáticos. Ou seja, através de um estudo sociológico, Hari era capaz de entender como a sociedade se comportaria em um determinado espaço de tempo. É bom deixar bem claro aqui que tudo isso é baseado em ciência, não há nada de místico nisso tudo.

Observando o comportamento do Império, Hari Seldon foi capaz de traçar uma rota não muito feliz para a humanidade. O Império se fragmentaria em um intervalo de trezentos anos, e a humanidade mergulharia em uma era de trinta mil anos de barbárie. É óbvio que essa previsão causou um desconforto nas autoridades e em personalidades negacionistas. Uma figura de prestígio não poderia caminhar livremente por aí provocando medo na população. Imagina que horror seria para a economia local. Logo se deu uma perseguição política.

Hari Sheldon e seus asseclas foram considerados culpados por promover uma instabilidade social e exilados no planeta mais distante do Império, Términus. O que as autoridades não contavam é que tudo isso estava previsto pela psico história. No planeta Terminus, Seldon deu início a sua maior criação: A fundação.

A Fundação, nos planos de Seldon, teria o papel importante no período pós queda do Império. A instituição era responsável pelo acúmulo de todo o conhecimento da humanidade, assim reduziria o tempo de barbarie de trinta mil para apenas mil anos. Seria uma solução longe do ideal, porém a menos traumática de todas. E esse é o início do enredo que vai se desenrolar no decorrer das duzentos e quarenta páginas da obra de forma magnifica.

Alguns pontos importantes t6em que ser ressaltados. A série A Fundação não é focada na parte da ação e sim na política das engrenagens que movem a Fundação e o Império. Os problemas são todos resolvidos com base no diálogo. As cenas de ação que existem tendem a ser superficiais, até porque esse não é o mote da série. Os personagens não são muito bem desenvolvidos, até porque muitos deles são transitórios, porém são extremamente marcantes. As ações que são realizadas em um arco repercutem gerações depois dentro da história. A leitura é rápida e tranquila sendo facilmente concretizada com dois dias de dedicação.

Se você é fã de ficção científica assim como eu (aproveite a oportunidade e veja o nosso vídeo sobre Encontro com Rama de Arthur C Clarke) essa obra foi feita para você.  Uma boa dose de futurismo, ficção e politicagem.

Agora é só ser feliz e esperar a série…